Há encontros fortuitos que mudam destinos
fundem os circuitos e deixam-nos atónitos
os olhares comunicaram mais do frases feitas
mergulharam um no outro sem deixar suspeitas
momentaneamente o passado era inexistente
e a permanente cicatriz era-lhe indiferente
o tempo parou, é vida em câmara lenta
o coração pulsou e passou a tormenta
uma emoção violenta mas cheia de leveza
a nobre beleza dos olhos azul turquesa
sensação de certeza e pura confiança
dedo sem aliança e então ele avança
com charme de galã de telenovela
e uma vã esperança de de ficar com ela
dígitos são escritos na palma da mão
que ele mostra ao amigo perdido na ilusão
as vinhas da ira geram pobres castas
uma pequena flor a crescer entre aspas
sombras no teatro, fantasma da ópera
é a magia do amor em tempos de cólera
o planeta deixou de rodar no eixo
frio pede sempre abraço, e o abraço o beijo
Klint? diz ela ao ver o reflexo no espelho
quem? diz ele com o rosto a ficar vermelho
pólos opostos atraídos pelo magnetismo
realidades bem distantes e no meio abismo
Uma vida de luxo e uma vida no lixo
é um tiro na mouche ou será só capricho
ah ela é cornucópia pura volúpia
e ele perdido na luxúria desta utopia
lembrou-se do que o amigo antes lhe dizia
mano, elas gostam é do mais rúfia
seria só curiosidade? É tudo tão real!
aquela suavidade não era normal
ela predestinada à elite do requinte
ele condenado pela estatística a ser um pedinte