10 Coruja

Maze

Os homens temem as trevas, tremem-lhes as pernas;
O medo tolhe a alma, ignoram a calma.
Da mente serena, da entrega ao destino,
É o pavor da morte que traz sempre o desatino.
Quando a escuridão reina e breu impera
É longa a negra noite de quem desespera.
Sentado, uma coruja pousa meu lado
(Fico surpreso, reflectindo no significado).
No silêncio, hipnotizados pela lua que brilha,
Contemplamos. Quando voa, agradeço a partilha.
São imagens reais, são de pedaços de vida,
Relatos que compõem uma existência preenchida
– Retratos tirados nas asas da madrugada –
Viajo quando pouso a cabeça na almofada,
Repouso no conforto da minha nictofilia;
A densidade que carrego é escuridão magnífica.

Quando o coração dispara,
Que a lua te dê a mão…

Nocturno, uso o corpo como um só sentido
No turno, o radar capta tudo o que é emitido.
Filtro o fluxo mental no caçador de sonhos
Vívidos, voos oníricos, caminhos longos.
Sonâmbulo, deambulo noctívago, pós crepúsculo
Imerso nos sentimentos que batem no músculo.
Ninguém detém o poeta, que ama o agora!
Não há dia nem hora, é eterna a aurora
De quem escava íntimas grutas profundas
Pois nada é mais obscuro que as entranhas.
Entoa o eco que ressoa nas minhas paredes,
Preenchidas com palavras que ampliam virtudes.
Despertam saudades na gente das cidades
(Introspecção que faz explorar profundidades)
Pois invoca outros tempos que agora são caveira,
O contador de estórias, a tribo e uma fogueira.

Quando o coração dispara,
Que a lua te dê a mão.
Entra no vazio,
Dissipa o turbilhão.
Confronta os teus medos,
Abraça a superação!
A noite conta segredos
Que iluminam a escuridão.

NBC

Quando a noite chegar eu sei que vou soprar…
Deitar para o chão o que não me faz voar.
Quando a noite chegar eu sei que vou soprar…
Deitar para o chão o que não me faz voar.