2 Viva

Soltei correntes que me prendiam ao passado,
Decepei serpentes que me querem malfadado.
O brilho é único, toco almas com palavras
Em versos das minhas mágoas, derramo lágrimas.
Nu e cru à tua frente, palco onde me dispo.
Corda bamba sem rede, desde sempre arrisco.
Habituado a dar o máximo, espremo a essência,
Fado forjado nas lutas da sobrevivência.
Que fique quem vibrar na minha frequência
(O resto que desapareça da minha existência!)
Não é prepotência, é uma questão de sanidade.
Ego escravo da consciência, é maturidade.
Não tenho tempo a perder, a areia escoa rápido!
Tanto a manifestar, cada ideia mantém-me ávido,
Impávido e sereno no meio do turbilhão,
Relaxado e sem medo, valho mais do que um milhão.

Viva, é a vida, só eu posso vivê-la!
Não há saída, não há estrada paralela.
A vida é bela, vê as cores da minha tela…
Olha nos meus olhos, é alma numa janela.

Cheguei ao meio da vida, já não perco tempo
(Viagem curta, um ápice, um momento).
Daqui p’ra frente, cada tic tac é ouro,
A mente é pura, o coração é o meu tesouro.
Tenho orgulho no homem em que me tornei
E digo isto na boa, porque eu sei quem sou!
Já andei à toa, até que me encontrei,
A verdade entoa no túnel de quem acordou.
Defino prioridades
— O mais importante primeiro —
Sincronicidades, atento ao mensageiro.
Respeito pelo próximo, está sempre no meu código,
A luz é o meu negócio, não colaboro com ódio.
O doce olhar da Amélia é a janela para o amor…
Se eu for, vou em paz, ela sabe o meu valor.
Estou vivo, ecoo na voz de mais de mil homens,
Sou eterno nos sorrisos de mais de mil mães.