4 Que Horas São?

São horas.
São sempre horas de ser quem sou.
A minha obsessão com o momento
Transporta-me sempre para o agora, agora, agora…
Infinitamente agora.
O meu fervor pelas palavras
Senta-me diariamente a combiná-las da melhor forma.
São horas de ter coragem para dizer o que tem que ser dito:
A minha ordenada anarquia impele-me a querer queimar todas as bandeiras,
(Faz-me rodar o globo terrestre de borracha em riste a apagar fronteiras).
São horas de pôr a girar o 7” da Exodus e abraçar refugiados aleatórios
Que se cruzam connosco nos trilhos de escape das suas babilónias.
São horas de dizimar o medo que a ilusão crónica da escassez nos provoca.
Há suficiente aqui para 7 biliões de bocas, há!
(Se 1% não ficar com metade do que chega para alimentar todas…
Se não quisermos todos fazer banquetes com um quilo de carne retalhada num prato);
Este conforto demasiadamente absurdo debilita-nos tanto!
Transforma-nos nas flores de estufa em que nos tornámos há muito.
São horas de desligar esse oráculo chamado Google
E penetrar no âmago da natureza embrenhados nas respostas essenciais.
Horas de descobrir os segredos da existência de todos os corpos celestiais.
São horas de abraçar os nossos, a família
(Não só a de sangue, mas também a que nos foi sendo trazida pela vida).
São sempre horas de lutarmos pela igualdade — feminino e masculino em equilíbrio — na bela dança do yin e do yang que gere a vida, que gera vida.
São horas de matar: o preconceito, a estupidez, a ganância, a injustiça
E todas as inúmeras artimanhas que o ego fabrica
E que nos são ridiculamente intrínsecas.
A chamada natureza humana não é desculpa comportamental.
É fundamental percebermos que são horas de mudança, pela criança em nós
(Para que ela prevaleça na nossa voz activa).
Quero experienciar ainda nesta encarnação coisas que imagino,
Mas que estão Dependentes de alteração de consciência colectiva.
São horas de mostrar vulnerabilidade, porque nos é permitido
E dessa fragilidade nasce uma força incomensurável!
São horas de tomarmos as rédeas das nossas vidas,
De domar esses cavalos selvagens que às vezes nos projectam,
Deixando-nos no chão inanimados.
São horas de criar realidade.
Os blocos de legos encaixados
Como nós engajados nos nossos pensamentos;
Que eles sejam apenas e tão só os pensamentos correctos
Para que o caminho se desenrole à nossa frente, tal tapete persa voador
E nos leve a sobrevoar a terra dos nossos sonhos materializados.
São horas, sempre, agora, agora, agora, agora… agora.