15 Entre Amigos

Buda XL 

Por atalhos, soterrado;
Um desvio quando sombrio,
O meu caminho é circular.
E eu consigo assimilar
Que eu não me sinto um similar,
Se eu concilio para me exilar,
Meu asilo é o meu próprio lar
E disso não dá pra duvidar, naaa
Nem por um triz!
Capricho que sobre enche de cobre barris,
Descobre a forma que o transforma e por isso
É que isto vai sem dobra nem risco,
Também sem cobra nem isco,
Porque já sei que não é só a obra que faz o artista.

Tá visto,
História tem dias,
(Entendido)
Folgas são fixas,
E posto isto sobra a paz de espírito que o intimo despista
Com a qual não evito deparar-me, mas
No pousar das armas,
O último tiro só o suspiro

Foi nesses discos que eu me descobri, foi
De alibis que eu sonhei ser
Historiador e nos sonhos de quem acordou,
Foi nesses flicks, b, de Sábado à noite,
Por entre os capítulos e perante o arcaboiço que pouso,
Cada dia novo.

E agora vejo o que me trouxe aqui
E se no caminho não quis acreditar,
Compreendo finalmente
As voltas que a minha mente
Deu para sair do lugar.

Tudo é demais sem saber medir,
Por isso é que a falta quis vir encarar,
Mas a gratidão que sinto
Por estar invicto entre amigos,
Mantém-me firme e a par de mim.

Erre K 

E quando tudo acaba
Eu fico neste tudo ou nada
O mundo apaga e mata a importância
Enquanto o escuro te afasta;
Uma pura farsa que nos abraça à distância.
Insignificância ameaça a essência em demência e ganância.
Prefiro a transparência,
A paciência
Onde eu me deito
Porque o efeito desta clareza
É o que me sustenta a tê-lo feito.
Sou dono de mim próprio,
Um sonho sem ódio no sono.
Já tive tempo pra mim próprio,
Mas o relógio passou-me.
Foi óbvio, mudou-me
E foi como vim até aqui
Meti os meus ideais no topo
E até hoje eu não me esqueci.
Comigo só pode ser assim
E aqui estou eu novamente,
Frente a frente a um indiferente
Que não me sente mas vende.
Na vida há uma sede de sempre ser uma sina banal.
Estou acima da tal rotina que se anuncia fatal.
Nunca perdi a moral!
Faço do especial o ensinamento
Que me limpa a mente e retira o medo de partir cedo ou ser mortal.
Se era suposto eu ser igual, eu sou frontal no desgosto
Sou o oposto do habitual, cada ritual é um gosto.
Não mudo o posto pra ser normal
Não vês o mal neste rosto.
Fujo do mundo e não me afundo no jogo sujo que é imposto.
Fui aqui posto sem pedir,
Então decido a saída.
Eu não sei quando vou partir,
Mas deixo a marca na vida
Deixo esta alma sem ferida
Pra que viva uma nova vinda
E que esse alguém saiba tão bem quem é logo à partida.

Maze

Estou embrenhado no meu pensamento denso,
Suspenso no momento, mas puxado pelo peso
Da vida vivida que convida à retrospectiva
De um tempo tenso que jamais se olvida.
Passado teso na roda-viva, já estive preso
Na corda da rotina que enforca, saí ileso.
Corra!
É mate ou morra – Sodoma e Gomorra
Uma masmorra,
Mas os meus são a redoma.
É pura gratidão que nutro, enquanto desfruto,
Arauto arguto no escuro, astuto eu luto
De escudo em punho até ao último reduto.
Orgulho desmesurado pelos que tenho ao meu lado,
Mas não choro memórias, só celebro vitórias
De mulheres e homens eternizados em estórias
– Suas batalhas travadas nos Invernos austeros,
Mortalhas queimadas em infernos modernos –
Novas pragas, vagas impostas pelos mercados.
Trovas são armas, mostra que não somos escravos.
De cravos na lapela, herdeiros da mesma luta,
Bravos na barricada contra esses filhos da puta!
Sem tento na língua, eu sustento a família;
Represento a anomalia nesta acefalia
Que se auto-mutila com a sua prepotência,
Rejubila, enquanto derramamos sapiência.