11 Despertar Para Sempre

Maze

As pessoas estão tristes, a chegar ao limite,
Nada felizes, casamentos em crise.
Tão infelizes, ninguém admite…
Ao mínimo deslize toda a gente desiste.
Eu vejo nas suas faces, eu sinto o desespero…
Espero que as minhas frases acabem com o exaspero.
As redes das ansiedades fazem milhares de convites
A estes apetites alarves, para pertencer às elites.
Não há fogo sem fumo na sociedade de consumo,
Supra-sumo, defino o meu rumo,
Bebo o sumo, espremo o conteúdo
—Miúdo puro do berço ao túmulo –
Sentado no cockpit da nave da existência,
Desenho numa folha a grafite os retratos da consciência.
Que tempos incríveis para estar vivo, pulsar a cada segundo!
Desde sempre subversivo, sou um milenar vagabundo;
É um dom, uma dádiva, quero aproveitá-la,
O som uma galáxia e eu vou navegá-la,
Comandar o avatar como num filme
Mas a realidade é bem mais sublime.
Imagina-te sem redes sociais, sem perfeitas vidas virtuais,
A sobreviver nos mangais como civilizações ancestrais.
Sente a força das cachoeiras, a preencher o teu corpo
(A energia flui pelo ser, são torneiras que te deixam exorto).
E se ‘tás morto-vivo, dou-te incentivo!
Não sejas passivo, põe-te em sentido!
Nunca cativo, com medo ou rendido,
Arrependido, porque isso é nocivo
Para o espírito que habita em ti, que está aqui para cumprir-se.
Será que tens álibi para ver a natureza a extinguir-se
Em prol do capitalismo feroz, que devora de forma voraz?
Pára esse egoísmo atroz, sim eu sei que tu és capaz!

Sitah

Vou explicar isto enquanto me dispo:
Um reflexo misto
Não quis nada, eu quis tu(do)
Do ponto de vista
Luto ou desisto?!
Separo e misturo-nos…
Somos todos mundo,
Somos todos muito
Na luz, escuro
Na luz, escuro
Na luz, escuro
Muitos…
A chávena ainda é a mesma, o café já foi mais quente;
Já não sinto que me aqueça, já tenho o que me desperte.
Tens de despertar para sempre,
Tens de despertar para ser.
Não te impeças de juntar as tuas peças
E ser mais que o suficiente.
Olhando para as bicicletas
Há mais rectas do que gente,
Há mais curvas do que tempo,
Para a viagem,
Para o momento.
Não é essa a componente,
O preconceito é equivalente
A esperar pelo presente
Que está mesmo à tua frente.
Não sei ser mais eloquente,
Tento sê-lo, nesse aspecto
É urgente e permanente ires vivê-lo, transparente.
Foi coerente e evidente,
Era para ser positivo
–Ouvi isto nesse disco
Naquele dispositivo –
Era ritmo e raciocínio,
Cá a frente, indolente o meu ouvido
Ainda continua a ouvi-lo!
Fui alimentando o espírito,
Pousei tudo e li o livro,
Aprendi o livre-arbítrio
(Era tudo mais bonito)
Mas repara que deu nisto.
A semente é um capricho;
Terá tudo para ser livre
Dentro de um pequeno abismo.
À beira do precipício eu não me aflijo,
O precipício cai comigo no jardim do meu delírio.
Esquece tudo o que te enerva,
Se alguém te viu não te observa…
Abraça-te ao que te eleva.
Sem teatro não há merdas!
Vamos abrir esta Leda
E beber que nem poetas.
Se há algo que te acenda,
Há um barco que te leva.
Tens mais espaço na agenda,
Procura tirar a venda
(Ainda pago esta renda,
No fundo só falo treta…)
Porque em cima desta mesa,
A chávena ainda é a mesma
Quebro a rotina e quebro-a
Mesmo em cima desta resma!
Vou cantá-la e vou vivê-la,
Não vou ficar para velha,
Não vais ficar para vê-la.
Vai merecê-la, a vida é eterna.
A vida eterna…